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✰ 07/03/1921 ✞ 19/11/2004
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Alvina Josina de Jesus, viveu a sua vida com muita honestidade, responsabilidade e provações. Nasceu no dia 07/03/1921 na comunidade limoeiro verde da cidade de Tabuleiro do Norte, Ceará. Filha de Antônio Alves Barbosa e Raimunda Josina de Jesus, tinha mais 6 irmãos Luís, Juvino, Olímpio, Isaulina, Maria e Benedito).
Alvina Josina de Jesus teve uma infância muito sofrida, não pela criação dos seus pais, pelo contrário, seus pais eram bons para ela, mas por serem pobres e agricultores, sofriam muito em época de estiagem. Certo dia por estarem passando por um momento difícil financeiramente ela foi dada quando ainda criança a uma tia de sua mãe por terem melhores condições financeira. O que sua mãe não sabia é que ela estava sendo explorada pela família que ela confiou a cuidar. Até que um dia ela fez uma visita surpresa e viu sua filha doente dormindo sobre grade de madeira sem sequer ter uma rede para se deitar. Sua mãe queria levá-la de volta mas sua tia de tanto pedir para ela ficar e prometer que não iria tratá-la daquele modo novamente sua mãe resolve deixá-la na casa da sua tia mesmo sem sua vontade. Passada sua infância e já na adolescência continuava trabalhando muito na casa da tia de sua mãe, cuidava da casa, das crianças que nasciam e até dos cavalos ela era responsável. Cansada daquela vida decide fugir. Enterra suas roupas nas margens de um córrego que tinha nas proximidade da casa em que morava e foge à noite para casa de sua mãe. Ao chegar sua mãe se alegra com a chegada de sua filha e agradece a Deus por ela está de volta.
Vivia na sua pequena comunidade localizada na zona rural de Tabuleiro do Norte trabalhando nas casas para ganhar um pouco de dinheiro e alimentos. E em 1945 em uma visita a casa de seu irmão mais velho Luís, irmão esse que ela tinha grande admiração e respeito, conhecer Felipe Lopes Carneiro com quem virá casa aos 24 anos e morar numa comunidade na zona rural da cidade de Limoeiro do Norte chamada Canto Grande. Sua família não apoiava muito o casamento o que não fez com que ela deixasse de casa e terem 19 filhos e criarem 9 (Raimunda, Vanilde, João, Maria, Francisca, Antônia, Rosa, Lurdes e Evandir). O último “Evandir” foi dado a ela ainda bebê pelo seus pais de sangue por não terem condições de criá-lo. Ele foi criado com todo amor que uma mãe poderia criar um filho, chegando até a provocar ciúmes nos outros filhos devido ao grande afeto que ela tinha por ele. Analfabeta por não ter tido oportunidade de estudar fazia o que podia para os filhos irem para escola. Alvina Josina de Jesus teve muitos filhos e perdeu muitos. Perdeu filho recém-nascido, filhas gêmeas de 8 meses de idade, e perdeu filho adolescente. O filho adolescente chamava-se “Francisco” morreu quando tinha 14 anos. Ela sentiu muito sua morte, era um bom filho, atencioso para com ela, presenteava sempre que podia e o respeitava.
Alvina Josina de Jesus era vaidosa, adora perfumes e não gostava só de se arrumar, gostava também de arrumar sua casa com todo capricho. Cantava músicas para se alegrar e refletir sobre a mensagem que a letra queria transmitir. Se emocionava sempre que ouvia a música “a saga de um vaqueiro” composição da cantora e compositora Rita de Cássia em que conta a história de vida de um vaqueiro. Muito espirituosa e grande capacidade de refletir sobre as coisas da vida, tinha muita sabedoria e consciência que tudo que acontecer com a gente e com o outro devemos tirar como lição para que não venhamos cometer os mesmos erros. Ditados como “Quando os meus maus forem velhos de alguém serão novos – Quando se arrancar o pé os galhos murcham – Quem muito se abaixa mostra a bunda – Filho de gato é gatinho – cachorro que anda muito traz lepra pra se e para o dono” eram por muitas vezes as palavras que ela dizia para orientar, alertar e conscientizar os filhos e amigos. Era boa mãe sem ser mãe boba, falava o que queria e exigia de todos os filhos o respeito que merecia. Quando ela decidia ir para festa que tinha na residência de um amigo chamado Leonardo levava todas as filhas. Mesmo sendo todas adolescentes sabiam que quando ela dissesse que é hora de ir para casa não tinha conversa e todas deixavam de dançar se tivessem dançando e seguiam para casa. Por ser firme no falar e coerente nas suas atitudes não dava seus direitos a ninguém, em outras palavras “não dava a munheca pra ninguém pegar”. Era uma mulher de caráter firme, boa vizinha, caridosa e amiga. Pessoas como Dona Chiquinha, Delzuite, Seu Pedin, Rosa de Zé Mendes, Dona Bilina eram alguns de seus amigos. Por não saber ler adorava ouvir a palavra de Deus. Todo culto que tinha na casa do seu compadre Salustiano e em casas vizinhas ela ia ouvir a palavra. De tanto e ir para cultos passou a ser evangélica.
Alvina Josina de Jesus foi um exemplo de mulher, companheira fiel e cuidadosa mesmo sendo pouca reconhecida por parte de seu marido, forte e verdadeira até mesmo nas situações mais difíceis que ela enfrentou. Sua história mostra que apesar do sofrimento que por muitas vezes não pedimos para passar podemos viver uma vida digna, honrada e acima de tudo respeitando o próximo. A liberdade das suas escolhas podem te prender por toda vida. Observe, reflita e decida. Lembrando sempre de valorizar o que é bom para a vida e não para o momento. Foram lições que ela tirou da sua própria vida e de vidas que ela conheceu.